em 24/06/19

“Eu andei triste, mas o tempo me fez cores”
É com esta assertiva que a paulistana e estreante na literatura Cristina Macena conclui seu livro de poemas Ao tempo Poemas, lançado pela Penalux. Cristina é poeta, professora de filosofia e uma alma inquieta que está sempre criando algo. Já transitou pelo teatro e pelo cinema também.
Neste seu livro de poemas o tempo é o que se faz presente. Ora passeando pelas estações do ano, ora pelo tempo das horas contadas, ora pelo tempo das experiências vividas. E pela ausência do tempo, também.
A introdução do livro foge ao convencional. Não temos a autora nos introduzindo tão somente à leitura. Isso é feito de forma lírica através de um longo poema.
” Vivo na taquicardia
Os ponteiros do relógio
Não existem
O tic Tac é dentro
Intenso
Minhas pausas
São teus olhares
Estou adiante
Mas não sou futuro
Sou teu presente
Teu amor
Sou o sorriso naquela tarde,
o abraço, o afago.
A afeição.
Sou o beijo roubado, os olhares trocados,
a dança perfeita.
Sou teus sentidos, comemoração.
Sou a alegria de viver.
Sou teu prazer.
Sou as sensações que você quer guardar.
Detalhe precioso e sutil”
Ao longo da leitura senti que os poemas eram bem confessionais, que traziam suas vivências e seu processo de dor e desabrochar para novos momentos e histórias.
Foram poemas que me provocaram empatia. E que também me reportaram a outras/os poetas como Alice Ruiz, Hilda Hilst, Paulo Leminsk, Manoel de Barros, por exemplo. E é muito bonito isso.
“A saudade tua ainda dói
Ainda está aqui ocupando espaço
Ainda caminha comigo pela cidade
Cidade tua
Templo meu
A saudade ainda está aqui
Martelando as paredes
E pondo a casa abaixo”
***
Livro enviado pela editora

Tags: Cristina Macena, Penalux, Poesia
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