em 20/01/16
Resolvi resenhar aqui o volume um e dois desta história de uma vez só, pois mesmo sendo duas hqs a leitura é breve e fantástica. É umas das cinco melhores leituras que tive em 2015, não sei dizer a ordem mas ela esta no top 5 com facilidade.
Conheci a obra no Fiq de 2015, no stand da 10 pãezinhos, fanzine dos irmãos gêmeos Gabriel Bá e Fábio Moon. Quem me convenceu a comprar a revista foram os gêmeos, que por sinal são ótimos vendedores. Sempre que vou em feiras como essa, antes de comprar qualquer coisa dou uma primeira volta pra ver preços e o que me interessa realmente, “Eu sou um pastor alemão” e “Eu era um pastor alemão” foram as primeiras coisas que vi e as que tinha certeza que queria comprar. Antes de ir embora passei no estande e tive a oportunidade de conhecer o autor, Murilo Martins, foi bem bacana e simpático conosco. E descobri que o volume dois da história estava sendo lançado no evento.
Vamos a uma breve sinopse: Em “Eu sou um pastor alemão” o autor divide em três atos a história de um pastor alemão que cuida de um rebanho de ovelhas em uma fazenda, mostrando seus afazeres e dificuldades para a realização destes, que se resumem em vigiar e proteger o rebanho.
No segundo volume, “Eu era um pastor alemão”, por um acontecimento que não quero explicar aqui, nosso cão se vê em um novo cenário, a floresta, e tem que aprender a sobreviver como um animal selvagem e ainda resolver seus dilemas interiores e as questões mal resolvidas do seu passado.
Temos aqui 4 coisas interessantes para prestar atenção, o traço simples em uma arte minimalista que se encaixa muito bem com a narrativa, a utilização de cores não apenas para ambientar o leitor mas também para contar a história, a simplicidade da narrativa, porém profunda ao mesmo tempo, e claro os personagens bem elaborados.
O ar leve da comédia empregada com o sarcasmo e brincadeiras de linguagem fazem da leitura algo fácil e rápido.
Murilo Martins ficou conhecido pelo seu trabalho nas tirinhas “Love Hurts'”, trabalho fantástico retratando corações partidos. Fácil de se identificar e eu me arrependi de não ter comprado na Fiq do ano passado junto com estas aqui.
No início era um projeto independente mas depois o selo pólen fez a tiragem, que tem uma edição diferente e bem bonita, com a lateral nua onde você vê a costura, que é coberta com uma espécie de cola ou sei lá o que, só sei que gostei.
Recomendo esta história que, por sua simplicidade permite diversas interpretações. Pode levar ao pé da letra ou metáforas para questões filosóficas profundas como a natureza humana, ou papel social, alienação, ideologia e por ai vai. Se não quiser tanta filosofia pode até ver como uma “superação” e adaptação para novos rumos que a vida nos traz.
Boa leitura, seja feliz e livre pra interpretar!!!
Obs: não deixe de comprar os dois, quando terminar o primeiro vai querer ler o segundo no mesmo momento.
Tags: Murilo Martins, Pólen, Quadrinho
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