em 01/07/15
Creio que já notaram o quanto estou gostando dos quadrinhos revisitados da Turma da Mônica, resenhei quase todos aqui. O último deles é “Vida”, sobre o Penadinho.
Se você é muito jovem ou simplesmente não é muito ligado ao universo do Maurício de Souza, vai uma breve apresentação. Penadinho é o personagem principal da área sobrenatural, meio terror, meio “terrir” da turma da Mônica. Essa galera, que não é de dar sustos, é composta ainda por Zé Vampir, Lobi, Muminho, Cranicola, Alminha e Frank.
Quando fiquei sabendo que essa edição seria feita pelo casal Paulo Crumbim e Cristina Eiko fiquei bem empolgado, afinal “Quadrinhos a 2” (que já resenhei aqui) é muito legal. Além disso a forma mais fofa e com grande influência dos mangás combina muito com a proposta de um “terrir”. Segunda vez que uso essa palavra e talvez você não conheça. “Terrir” é aquele terror com uma grande veia cômica, pode mesmo assim ser meio assutador, mas aqui é fofinho, afinal o público alvo do Maurício de Souza sempre foi o infantil. O bacana é como essa magia pueril foi mantida nessa versão.
Essa foi a edição que mais me emocionou de todas as revistas da MSP, ando meio sentimental esses dias. Te desafio a não se emocionar.
Se pudesse resumir em uma imagem a história seria com essa aqui:
Pra quem não sabe o diálogo acima é uma cena de uma das minhas séries preferidas, How i meet your mother. Nela os amigos e rolo, Ted e Robin, resumem a vida do Penadinho (e meio que a mi…). Timing is a bitch.
Essa é uma revista sobre seguir seu caminho, mas também é uma história de amor, coragem e frindzone.
Um breve resumo da história: Alminha irá reencarnar, Penadinho nunca teve coragem de dizer que ela é seu grande amor pós vida. Tenta resolver essa situação mas, pra fazer a coisa mais interessante a fantasminha sumiu e precisa ser encontrada até o amanhecer, quando a Dona Cegonha a levará para sua nova vida.
Olha o “timing” complicando tudo. Em seus 30 anos de morte Penadinho enrola pra se declarar pra Alminha, assumir e compreender aquilo que sentimos não é uma tarefa nada fácil, muitas vezes preferimos nos enganar e quando percebemos o tempo passou. A vida, ou pós vida, sei lá, passa muito rápido e exige crescimento. O bonito dessa história é isso, movido pelo amor, acompanhamos nosso herói espectral lutando contra seus medos em um processo árduo de autoconhecimento.
Além disso, o amor representado aqui não é apenas “eros”, mas também a amizade. Uma empreitada sem amigos é muito mais difícil, mas desse problema Penadinho não sofre. Seus amigos são os melhores e o acompanham no enfrentamento de todos os vilões, sejam os internos ou externos.
Falando em vilões, os daqui estão fantásticos. Dão o tom certo da comédia e, por mais que não sejam o foco, os detalhes os tornam profundos e interessantes, talvez mais interessantes que os mocinhos.
Além da história super bacana e de chorar, as ilustrações conseguem compor a história e dar detalhes que os olhares atentos dos leitores vão gostar muito. As páginas são muito bonitas, o colorido, tudo.
Boa leitura e timing a todos!!
QuadrinhosTags: Cristina Eiko, Graphic MSP, Paulo Crumbim, Quadrinho
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