em 07/12/12
Eis uma leitura que cativa pela atmosfera de aventura e emoção. Julio Verne era um escritor à frente de seu tempo, dado a uma criatividade sem limites, não somente por enveredar por histórias que tinham ação (outros também faziam isso), mas por proporcionar elementos que discutiam ciência e até futurismo. Enquanto alguns dissertavam sobre “capa e espada”, “piratas”, “tesouros perdidos” ou “guerra”, Verne criava máquinas que chegavam à lua ou viajava até as profundezas oceânicas, construía tramas que globalizava os personagens ou levava professores até o centro da Terra. Exemplo que acompanhamos com esse livro.
O livro é um exemplo de como um escritor pode transitar pelo real e pelo ficcional de forma muito bem estruturada e, com isso, deixar no ar condições quase improváveis do que pode ou não ser feito (quando li, me questionei, por algum tempo, se era possível ir ao centro da Terra ou pelo menos chegar perto). O trabalho de Verne é digno, demais, de apreço, exatamente por conseguir discutir conhecimentos científicos que estavam um bocado à frente do seu tempo.
A história tem como eixo principal o professor Otto Lidenbrock (amante de mineralogia) e seu sobrinho Axel. Otto descobre um livro, de um alquimista, que discute um caminho que possibilita chegar ao centro da Terra. Fato não muito levado a sério, mas que gera grande curiosidade. Os dois seguem para a Islândia, aos pés de um vulcão extinto e, junto de um guia (Hans), formam o grupo que irá percorrer as entranhas do planeta, com a intenção de desmentir o impossível.
O caminho dos três, inicialmente, não parece diferente do que se tem notícia ou aparenta nada de surpreendente (até aumento na temperatura eles começam a sentir), mas com o tempo e a distancia percorrida, eles se deparam com o extraordinário. Um mundo completamente perdido (e aqui quero fazer um paralelo com o mundo pré-histórico, que é denominado mundo perdido em seriados ou filmes) vai sendo desvendado, como se todo o passado da Terra, tivesse sido transportado para seu centro (plantas gigantes e animais jurássicos estão em plena vida aqui). O centro do planeta é um lugar habitável e nada parecido com o que nossos livros de geografia costumam concluir.
Por serem completamente estranhos àquele mundo, por estarem ali como “invasores”, eles correm perigo e passam por situações adversas, perigosas até, mas conseguem encontrar um rumo para voltar ao mundo que está além da superfície. A saída se dá na Itália, à quilômetros de distância do local de entrada.
Julio Verne consegue detalhar concepções científicas com bastante detalhe e conhecimento, o que torna o livro mais interessante ainda. Ele é conhecido como um precursor do gênero ficção científica e o faz com bastante primor e propriedade. Tal livro é delicioso de se ler e, algo extremamente importante, aguça, não só a curiosidade, como também a imaginação, ajudando ao leitor, a viajar pelas letras como se não houvesse limite para nosso pensamento.
ResenhasTags: Ficção, Ficção Científica, Hemus, Julio Verne
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7 Comentários em “Resenha – Viagem Ao Centro Da Terra”

Prefiro recomendar para 15-18 anos. Melhor para nossos jovens que são cercados por literatura menos criativa.
Comprei esse livro faz pouquíssimo tempo, chegou em casa há duas semanas apenas, será o próximo que lerei (assim que terminar Festim dos Corvos).
ps: tava pensando em fazer uma resenha dele pra mandar pra vocês, mas vocês se adiantaram kkkk

Meu caro, manda bala, faça a resenha. Gostaria muito de ler uma resenha tua sobre esse livro também.
podia ter resenhas mais curtas;para trabalho da escola.
amei sua resenha. ela fez fluir mais ideias para meu trabalho. adoraria fazer uma resenha para você ler Ragner.

Que bom que gostou Alice.
De qual livro te interessaria fazer?
Dúvida, vc recomenda esse livro para jovens (12-15 anos)?