em 24/08/16
Gosto bastante de produções independentes. Fico mesmo entusiasmado com o olhar responsável de alguns fãs que conseguem produzir conteúdo de qualidade. E lá se vai anos e anos de curtas que trabalham uma ótica diferenciada sobre quadrinhos, jogos e também personagens já consagrados no cinema. Empolgado pelo filme que trouxe a Harley Quinn para as telonas e a hype que o Esquadrão Suicida (sobre o qual já falei aqui) está ganhando, acabei descobrindo esse curta no Youtube e posso dizer que gostei demais.
O Homem Risonho não é a primeira adaptação que o Coringa ganhou nesse segmento, já houve também uma pequena participação em Dead End do Batman (que resenharei em breve), entre outras, mas posso dizer que essa interpretação é digna de aplausos. A mente doentia e o perfil psicopata do Palhaço do Crime é muito bem representada. Não há referências a humor ou mesmo risadas tresloucadas. A intenção aqui parece ser mesmo explorar a insanidade abusiva de um personagem que é conhecido por não ter limites. Há a participação da psicóloga Harleen Quinzel (Harley Quinn – Arlequina), mas ela aqui é mera coadjuvante, nem seu nome é falado.
Esse curta é um trabalho de profundo conceito perturbador. Diretor e atores atingem um resultado acima da média para tal segmento, e entregam uma produção de 20 minutos que mexe com o telespectador e seu psicológico. Quem assiste pode sentir horror, tensão e até angustia com closes nas ações perversas do paciente albino. Sim! O homem que ri aqui é albino, não tem cabelos verdes e nem aquele sorriso rubro escancarado que todos conhecemos. O Coringa só é representado assim no final. Só quando ele corta o próprio rosto, rasga a própria pele e finaliza seu ato de terror é que esses símbolos do personagem vão surgindo e tomando a tela em um fundo preto.
A pequena história começa em um necrotério, com um médico lendo relatórios e atendendo a um telefone. Um paciente, dado como morto, se levanta de sua maca e anda calmamente até esfaquear o médico, que lhe olha espantado e grita amedrontado. Depois passamos para uma clínica onde um psiquiatra anda por um corredor, com sua assistente ao lado, analisando laudos e discutindo sobre a morte de alguns pacientes, se dirigindo até o quarto de um homem sem registro, que não possui identidade e nem digitais e que tinha pedido para conversar com o psiquiatra. Após contar algumas histórias sobre outros pacientes e demonstrar é perturbado, o homem com a camisa de força deixa claro que está no comando. O psiquiatra acorda dopado, amarrado e amordaçado em uma sala da clínica e percebe que sua assistente é comparsa do desconhecido.
Doses de remédio são injetadas nele, remédios que ele usava em seus pacientes. O desconhecido vai relatando as maldades e experiências do psiquiatra e diz que existe um antídoto para o que estava nas seringas, mas a salvação está nas mãos de algumas pessoas que estão votando em uma página na internet, se o psiquiatra merece ou não viver.
O homem risonho é um misto de referências que funcionam muito bem. Podemos perceber uma atmosfera meio Jogos Mortais e também Silêncio Dos Inocentes (tudo guardadas as devidas proporções). Os nomes Coringa e Arlequina em momento algum são pronunciados e a nova encarnação do Palhaço Do Crime, com sua face amarrada no cara é o modelo para essa adaptação (é o que vemos no final). O curta não segue nenhuma história do Coringa e muito menos há citações sobre o Batman, mas ficou deveras excelente.
A criatividade independente é fantástica e esse é um exemplar digno de nota. Merece demais ser assistido.
Semana de Cinema
Tags: Hallivis Brothers.
Postado em: