em 26/11/13
Apesar de gostar muito dos filmes do Ryan Gosling, comecei a assistir a esse filme sem nenhuma expectativa. Talvez por saber pouco sobre a história e a crítica, achei que seriam duas horas com Ryan Gosling e isso já é mais do que suficiente. 😉
Gosling interpreta Luke, um motociclista que trabalha em um circo itinerante como piloto no globo da morte com outros dois companheiros. Depois de uma apresentação, um ex caso seu – Romina (Eva Mendes) aparece para revê-lo. Luke acaba descobrindo que do breve caso que os dois tiveram, Romina teve um bebê. Apesar de seu estilo de vida errante, Luke vislumbra pela primeira vez ter algo que o prenda a algum lugar. Uma família de verdade.
Só que o mundo real não funciona assim e seu estilo de vida não permite que ele seja o pai e o marido/namorada que ele acha que deve ser. Além disso, Romina tem outra pessoa em sua vida. Isso não impede Luke de tentar. A solução que ele encontra para solucionar os problema é ter dinheiro. E para ter dinheiro rápido tem uma única alternativa: roubar.
Utilizando seus talentos como piloto, Luke e um comparsa começam a roubar bancos. Com um começo promissor, ele consegue se envolver mais na vida do filho e viver, por um breve momento, a vida que imagina.
A história de Luke vai bater de frente com a do policial Avery Cross (Bradley Cooper). Avery está em um momento delicado em seu departamento – tido como um herói graças a uma ação mal explicada, ele acaba sendo envolvido em um ato de corrupção pura por parte de seus parceiros. Aliás, Ray Liotta faz o papel de…choquem!!..um policial corrupto. Oscar na categoria “óbvio do ano”.
Sem saber como lidar com a situação, ele fala com o chefe do departamento que deixa claro que não vai se mexer. Utilizando os contatos de seu pai, que é juiz, ele passa por cima de metade do departamento de polícia local para montar um caso contra seus ex parceiros.
A história dá um salto de 15 anos e veremos os filhos de Luke e Avery descobrirem algo importante sobre o passado de seus pais. Os papéis quase se confundem. Apesar de termos assalto a bancos, fugas, polícia X bandido, esse não é um filme carregado de ação. Tem seus momentos, mas é muito mais focado no lado humano da equação e nas questões pessoais que motivam cada um.
Sobre as atuações, acho que é chover no molhado dizer que Cooper e Gosling estão realmente acima da média. Já Eva Mendes não aparece tanto e me pareceu um pouco forçada – ainda que, dessa vez, não esteja dependendo totalmente de seu visual exótico para criar a personagem. Mas o filme é carregado por Cooper que está imerso no dilema central da história com muita competência – aliás, estou gostando muito das escolhas dele ultimamente. Ele está saindo do mundo “Se beber não case” e mostrando ser muito versátil.
O filme levanta diversas questões que podem ser debatidas à exaustão, mas toca fundo na questão dinheiro X corrupção; justiça X posição social. Tem um componente social interessante aqui mas que não muda o gosto do filme que mantém um tom de poesia na maneira como é conduzido.
Gosling e Cianfrance já trabalharam juntos antes em Namorados para sempre (aliás, um excelente filme – acredito melhor que O lugar onde tudo termina) que rendeu a ambos boas críticas.
O filme é triste mas é bom. E, a melhor parte, está disponível no netflix. 😉
Semana de CinemaTags: Derek Cianfrance
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