em 29/08/14
Gosto dos filmes dessa saga que há muitas décadas desfila pelo cinema. Assisti a alguns dos antigos e depois do filme do Tim Burton sou fã de todos. Alguns mais, alguns menos, mas todo o universo símio me interessa bastante, por se tratar de ficção científica, por trabalhar questões filosóficas-culturais e discutir a sociedade de maneira que ultrapassa o senso comum. Sou fã de Planeta Dos Macacos e os filmes me conquistaram de forma fantástica.
O Confronto consegue ainda ser maior e melhor do que a Origem (filme anterior e que inicia essa nova saga), segue com uma história 10 anos após o levante símio e já apresenta duas sociedades completamente antagônicas, com homens em seu declínio e necessidades expostas e macacos em expansão, com perfeita adaptação e contínua evolução. Enquanto os homens batalham a sobrevivência e permanecem discutindo o que é melhor para cada um, temos os macacos vivendo em uma comunhão que evidencia a coletividade e o respeito entre si. Mas é claro que algumas influências humanas atrapalham a vida de ambas culturas.
Com a história se desenrolando, podemos até desconfiar de que não existe a possibilidade de uma sociedade perfeita, mas também fica aquela impressão de que toda sociedade só existe com antagonismos em certas ocasiões e mesmo com elevados padrões de respeito, é preciso uma só questão de discordância ou alienação de poder, que tudo pode desmoronar.
“Macacos, juntos, fortes”
Quando as cidades já foram quase tomadas pela floresta, os homens precisam de energia e procuram uma maneira de conseguir sobreviver, o encontro com uma sociedade símia quase perfeita e unida, faz com que o medo e a desconfiança impere entre ambas. Vemos que Cesar e sua comunidade vive plenamente sem qualquer necessidade humana, mas os humanos são extremamente dependentes de luz e calor, algo que não faz diferença para aqueles que conseguem viver em harmonia com a natureza.
O primeiro contato já causa estranheza e após os dois grupos se posicionarem e determinarem que desejam a paz, alguns indivíduos não se permitem aceitar o que pode significar uma convivência tranquila e defendem que a guerra ou a supremacia tem que existir. E é ai que o caos se inicia. Independente de quem começa e como começa.
Algumas cenas são antológicas, o filme parece mesmo ser roteirizado e filmado para ser o filme do ano. Tudo ali funciona muito bem, extremamente bem até diria em alguns momentos e na hora em que alguns humanos conseguem ligar a energia e uma música toca no silêncio da floresta, podemos descobrir o quanto a diferença de cultura se faz muito pelo que já existe, somos dependentes, nos interessa, do que pelo que eficientemente é fundamental.
“Lar, família, futuro”
Cada grupo possui seus desejos, vontades e realidades, é impressionante como fica difícil culpar 100% alguém pela guerra, pois as motivações, em suas essências, podem até ser entendidas e defendidas em algumas ocasiões, mas depois que tudo já encaminha para o descontrole, a vontade de poder começa a tomar rumos desproporcionais que acaba com qualquer entendimento.
Não vou discorrer sobre as atuações, mesmo com Gary Oldman no elenco, fica aqui só minha admiração pelo filme em si e que me fez gostar mais ainda desse universo que gira em torno do Planeta dos macacos.
Semana de Cinema
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